Uma forma descontraída e objetiva de tratar assuntos da Doutrina.

A cada assunto tratado, "ouvir" as opiniões através dos comentários dos colegas, mas principalmente, abrir espaço para
que pessoas que desconhecem ou têm um juízo errado do Espiritismo, possam ter estes primeiros contatos. Nossa intenção
não é ensinar, mas sim, dividir experiências e discutir, em alto nível os mais diversos assuntos.
Assim, ratificamos os nosso convite:

Vamos conversar sobre o Espiritismo ?

A, mais ou menos, cada 15 dias um novo capítulo. Participem!

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Estudando André Luiz em "Ação e Reação" , capítulo 14 Resgate interrompido

André Luiz e Hilário passaram a cooperar na rearmonização de pequena família domiciliada no subúrbio de populosa cidade.
A família era composta por Ildeu, sua esposa Marcela e seus três filhos: Roberto, Sônia e Márcia. Ildeu, no entanto, mantinha relacionamento com Mara, jovem inconseqüente.
Ildeu  tudo fazia para que a esposa o abandonasse. Marcela porém tinha consciência do dever a cumprir e mantinha-se dedicada ao lar, procurando superar sua dor. À noite, orava junto com os filhos antes do sono, especialmente pelo pai ausente. Esse chegava bem tarde da noite, cheirando álcool e trazendo sinais de aventuras inconfessáveis. Se Marcela o lembrasse de alguma necessidade financeira da casa, ele se irritava, reclamando do casamento e mandando-a trabalhar. Ela de fato trabalhava o que podia, lavando roupa para fora, mas a maior parte do seu tempo era dispendida cuidando da casa e dos filhos.
Nessas discussões, quase sempre o filho Roberto vinha em socorro da mãe. E então Ildeu espancava o garoto e tinha ganas de matá-lo, vendo nele não o filho, mas um adversário.  Já o contrário ocorria com relação às meninas, às quais devotava profundo amor.
A situação se mantinha assim e toda noite André e os demais passavam pela casa, para acompanhamento e ajuda magnética.
Ildeu piorava a cada dia. Sua mente estava dominada pelas imagens de Mara e passou a odiar a esposa. Pensava na separação, excelente oportunidade para livrar-se de Roberto. No entanto, não estava preparado para separar-se das filhas e sabia que a justiça daria a guarda dos filhos a Marcela.
A partir daí desenvolveu plano sinistro para assassinar a esposa e faria tudo para que parecesse um suicídio. Começou por dar trégua à irritação e brigas. Passou a ser simpático e sorridente, mas suas intenções e fingimento eram bem visíveis ao Plano Espiritual. Marcela era amparada pela Mansão e foram colocados companheiros para acompanhar o desenrolar dos acontecimentos.
Em uma determinada noite, sob a influência de homicidas desencarnados atraídos por seus pensamentos expressos, Ildeu preparava-se para consumar o assassinato da esposa. Com a ajuda de entidades amigas em trabalho na vizinhança, primeiramente foram retirados do ambiente os desencarnados delinqüentes e alcoólatras .
Ildeu pretendia trancar o quarto dos filhos, para evitar-lhes o testemunho. Silas, no entanto, em ação muito rápida, demandou o leito das meninas e, utilizando-se de recursos magnéticos, chamou Márcia, ainda em corpo espiritual, para uma rápida contemplação dos intentos paternos. Com o choque, a criança acordou gritando, pedindo ao pai que não matasse. Os gritos ecoaram pela casa. Ildeu encontrava-se na porta do quarto dos filhos, com o revólver na mão. Marcela acordou e correu ao quarto dos filhos e viu o marido com o revólver na mão. Bondosa, não tinha a menor idéia do plano sinistro, e pensou que ele pretendia suicidar-se.

Em prantos, implorou-lhe que não o fizesse. Mais: disse-lhe que se era vontade dele, que fosse montar nova casa, com quem o fazia feliz, pois ela iria cuidar dos filhos que Deus lhe havia dado. Ildeu encontrou aí a oportunidade que esperava e disse que realmente não agüentava mais e só via  o suicídio ou o desquite como alternativas para sua vida.
Marcela retirou as balas do revólver e chorava, pensando em como haveria de fazer para sustentar e criar sozinha seus filhos. Silas aplicou-lhe passes e a trouxe, desdobrada, para uma conversa no plano espiritual, Procurou infundir-lhe ânimo, apoiando-lhe a decisão de dar a Ildeu a liberdade tão sonhada por ele, respeitando-lhe o livre-arbítrio, muito embora não fossem esses os planos feitos para a presente encarnação. INTERROMPERIA, ASSIM, OS RESGATES PREVISTOS PARA A PRESENTE ENCARNAÇÃO. Estaria assegurando mais dissabores a si mesmo e um dia teria de retomar o resgate interrompido, talvez bem mais onerado. A Marcela aconselhou-a a ter coragem, inspirar-se em seu amor pelos filhos queridos e ter a mais absoluta confiança de que não estaria só em sua luta. Marcela chorava ainda, e parentes desencarnados vieram solidarizar-se com ela e apoiá-la na nova fase de sua vida.
André e Hilário questionavam o motivo de Marcela, meiga e honesta, passar por tantos dissabores. Por que Ildeu agia com visível preferência pelas filhas e ódio pelo filho???
Inicialmente, o Assistente falou sobre o desquite/divórcio, lembrando Mateus, que registrou as palavras de Jesus, dizendo que essa separação é permitida por causa da dureza dos nossos corações. Sua colocação  é de que o divórcio não soluciona o problema da redenção, porque ninguém se reúne no casamento humano ou nos empreendimentos de elevação espiritual, no mundo, sem o vínculo do passado, e esse vínculo, quase sempre, significa débito no Espírito ou compromisso vivo e delongado no tempo. O homem ou a mulher, desse modo, podem provocar o divórcio e obtê-lo, como sendo o menor dos piores males que lhes possam acontecer... Ainda assim, não se liberam da dívida em que se acham incursos, cabendo- lhes voltar ao pagamento respectivo, tão logo seja oportuno”

Ildeu e Marcela são duas almas em longo processo de reajuste. Na última encarnação, eram marido e mulher, mas Ildeu não estava feliz com seu casamento. Abandonou Marcela e seduziu uma jovem (uma das filhas da atual encarnação)) e com ela foi morar. Seus pais haviam falecido e ela cuidava de uma irmã mais jovem (a outra filha da atual encarnação). Essa também foi seduzida por Ildeu. Porém, em decadência moral, Ildeu precipitou ambas no meretrício. Marcela, por sua vez, buscou refazer sua vida, passando a viver com homem honesto e bom. Só que Ildeu foi se degradando e ficou doente, retornando à cidade onde havia deixado Marcela. Dominado por injustificável ciúme, mata-lhe o companheiro (que vem a ser o filho Roberto na atual encarnação).
Em retorno ao plano espiritual, após a desencarnação de todos os personagens, foi feito o planejamento do resgate de Ildeu, com a ajuda de Marcela e reunião de todos os personagens do sofrido drama. No entanto, Ildeu está interrompendo o resgate, como vimos.

O plano espiritual buscará de todas as formas auxiliar Marcela para criar e educar os filhos. Marcela tem muito para ser uma vencedora, muito embora não seja matemático que isso ocorrerá. Não dá para medir a resistência da criatura chamada a desempenhar encargos duplos. Caso ela não resista e resvale por caminhos de desequilíbrio, Ildeu terá seus débitos agravados, pois “quem se faz responsável por nossas quedas, experimenta em si mesmo a ampliação dos próprios crimes”

E se o sucesso de toda a família for absoluto, a quem Ildeu pagará a dívida contraída? Silas explica: Embora estejamos todos, uns diante dos outros, em processo reparador de culpas recíprocas, em verdade, antes de tudo, somos devedores da Lei em nossas consciências. Fazendo mal aos outros, praticamos o mal contra nós mesmos. Caso Marcela e os filhinhos se ergam, um dia, a plenos céus, e na hipótese de guardar-se nosso amigo mergulhado na Terra, vê-los-á Ildeu na própria consciência, sofredores e tristes, quais os tornou, atormentado pelas recordações que traçou para si mesmo e pagará em serviço a outras almas da senda evolutiva o débito que lhe onera o Espírito, de vez que, ferindo os outros, na essência estamos ferindo a obra de Deus, de cujas leis soberanas nos fazemos réus infelizes, reclamando quitação e reajuste.”

André e Hilário retiraram-se para meditar e orar. 

domingo, 7 de agosto de 2011

Estudando André Luiz em "Ação e Reação" , capítulo 13 Débito estacionário

Muitas tarefas foram realizadas ao longo dos dias, quando André e Hilário puderam fazer muitas observacões. 
Numa noite,  Silas foi chamado às pressas para atender o caso de Poliana, profundamente adoecida de enfermidade cardíaca e com a tarefa de cuidar de Sabino, seu filho com deficiência mental severa. No casebre em zona rural onde ambos viviam tutelados pela mansão da paz, era evidente o estado de pobreza e penúria em que sobreviviam cumprindo extenso compromisso reencarnatório.
Silas, em breve exame, identificou o risco iminente de acidente vascular , e cogitando grandes transtornos para o filho, que no caso de desenlace da mãe não conseguiria sobreviver, dada a profunda ligacão fluídica. Silas então providencia, numa operacão de fluidificacão da água, remédio urgente, para breve refazimento de Poliana, permitindo que ela pudesse aguardar socorro material para o dia seguinte. Um tanto quanto refeita, Poliana, desdobrada em sono físico, é encaminhada a um bosque próximo e deitada na relva, quando então, Silas faz prece sentida  (na coluna ao lado),  pedindo ao Alto misericórdia à Poliana. Ao final da rogativa de Silas, cinco espíritos vindos de esferas superiores "materializaram-se" e energias da natureza somadas aos fluidos  das plantas,  repuseram-lhe energias.
Assim feito, voltaram as atencões à Sabino, e a pedido de Silas, André e Hilário sintonizaram-se na mesma faixa mental do paralítico  que demonstrava quadros mentais estranhos, longe da realidade. Suas formas-pensamento adensavam-se mostrando uma realidade passada, fixada em aristocracia, usufruindo de situacões onde pessoas eram usadas criminosamente para lhe satisfazer as vaidades. Ao seu lado Poliana sempre o acompanhando, em quadros de luxo, porém,
insensíveis às manchas de sangue que também os rodiavam. Para entabularem diálogo mental, passaram a mentalizá-lo como Barão de S... Insensível aos seus próprios desmandos, buscava justificar seus atos insanos com motivos torpes. Silas explicou que sua reencarnacão nas condicões ali expostas, serviam como prisão temporária, prisão que já havia experimentado no plano espiritual,
já que sua liberdade consciente, tanto num como noutro estado,  provocaria perturbacões e tumultos imprevisíves. Assim se fazendo irreconhecível  e incomunicável poderia, por misericórdia de Jesus,
ter a trégua necessária para o seu recomeco. Nesta questão, sob coordenacão da Mansão, sofreu hipnose de longo curso e Poliana conseguiu absorver ensinamentos morais que a fizeram compreender a necessidade da expiacão, e como sua mãe agora, buscava a regeneracão.
 Vale ainda citar a descricão de André em relacão aos centros de forca de Sabino: "...todas as energias de seus fulcros vibratórios refluíam sobre seus pontos de origem, dando-nos a impressão de que Sabino estava enovelado inteiramente em si mesmo, à maneira de lagarta ilhada no casulo dela própria nascido".