Uma forma descontraída e objetiva de tratar assuntos da Doutrina.

A cada assunto tratado, "ouvir" as opiniões através dos comentários dos colegas, mas principalmente, abrir espaço para
que pessoas que desconhecem ou têm um juízo errado do Espiritismo, possam ter estes primeiros contatos. Nossa intenção
não é ensinar, mas sim, dividir experiências e discutir, em alto nível os mais diversos assuntos.
Assim, ratificamos os nosso convite:

Vamos conversar sobre o Espiritismo ?

A, mais ou menos, cada 15 dias um novo capítulo. Participem!

domingo, 30 de outubro de 2011

Estudando André Luiz em "Ação e Reação" , capítulo 17 Dívida Expirante

Agora era a hora de conhecer um hospital, onde André e Hilário, em companhia de Silas teriam contato com um doente em especial. Foram recebidos com alegria por todos, mas o Atendente Lago  veio recepcioná-los explicando a situação de Léo. Após percorrerem os corredores do pobre hospital onde podiam identificar muitos doentes acompanhados por desencarnados em trabalho de assistência,
logo encontraram quem visitavam.
Léo apresentava quadro de tuberculose avançada, e sua aparência física não escondia isto. Respirava com sérias dificuldades, porém, mostrava um olhar calmo e lúcido, parecendo inteirar-se completamente quanto às consequências graves de sua enfermidade. Ao exame mais minucioso de sua condição orgânica, André e Hilário constatam estado avançado de comprometimento pulmonar, e consequente enfraquecimento físico total. A infecção generalizada parecia irreversível e seu desencarne iminente.
Sua lucidez e calma , porém eram grandes. Silas convida os estagiários a formularem indagações diretamente ao doente, que crendo-se ensimesmado, mostrava-se sereno e destemido quanto ao desfecho breve. Declarando-se Cristão convicto, tomava o exemplo do Mestre Nazareno como gerador de sua coragem. Declinou ser católico romano, o que fez André refletir sobre a sublimidade  do verdadeiro sentimento cristão que está muito acima de qualquer convicção de cunho religioso. 
Passa, a partir daí, a descrever suas relações familiares e conta ser Henrique, seu irmão,  responsável por sua situação. Explica que desde cedo sofreu de desequilíbrios mentais, e que mais tarde, fora do manicômio, com seus pais já desencarnados, Henrique negou-se a recebe-lo, desejando não compartilhar a herança que com ele  deveria ser dividida.  Buscou trabalho e como vigilante noturno, passando frio adquiriu a doença que hoje o fustiga.
Quando questionado quanto aos sentimentos que nutria pelo irmão, demonstra grande capacidade de compreensão e perdão, e após pergunta de Hilário, Silas confirma ser sua reencarnação assistida pela Mansão.
Silas explica que sob o ponto de vista da presente encarnação, Léo estava quitando débito de sua encarnação anterior, onde como Ernesto, filho de pais abastados mortos muito cedo, alijou seu próprio irmão Fernando de todo e qualquer acesso aos bens deixados pelos pais. Nas recepções sociais envergonhava-se do irmão que sofria de idiotia incurável. Enjaulou o irmão nos fundos da propriedade isolando-o de todo e qualquer convívio, tramando mais tarde sua morte. Deixava sempre  o seu irmão solto na propriedade ao relento onde apesar de adoentar-se, sua resistência orgânica não permitia uma doença mais séria. Insatisfeito,  certa noite, afrouxa a vigilância sobre dois escravos permitindo-lhes a fuga e consuma o assassinato do irmão, acusando os dois fugitivos do delito , inocentando-se, assim, perante a sociedade.
 Ao desencarnar, colhido pelo remorso,  nega-se a unir-se à entidades da sombra que, mesmo assim, impõem-lhe severos sofrimentos. Após seguidos anos vagueando em locais tenebrosos é recolhido pela instituição. Rogou seu retorno à carne em condições de padecimento iguais à que impusera e assim retornou alienado mental e e infeliz, orfão logo cedo , sofrendo a vileza de um irmão insensato que o internou num manicômio, para não faltar similaridade de atitudes. O sangue que hoje jorra de sua boca pela hemoptise, causada por bacilos assassinos  é similar à que  fez  jorrar em seu irmão após as punhaladas assassinas. 
Finalizando, Silas explica :"Quando a nossa dor não gera novas dores e nossa aflição não cria aflições naqueles que nos rodeiam, nossa dívida está em processo de encerramento".
Em breve,  missionários da libertação viriam em socorro ao companheiro.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Estudando André Luiz em "Ação e Reação" , capítulo 16 Débito aliviado

Neste capítulo, André Luiz e Hilário acompanhados por Silas, conhecem Adelino Correia. Ambos  são levados a conhecê-lo em um centro espírita-cristão e aos poucos  começam a se inteirar dos fatos que cercam a sua reencarnação. Adelino mostra-se uma pessoa profundamente conectada com esferas espirituais superiores. Materialmente, no entanto, exibia "longa faixa de eczema na pele à mostra. Certa porção da cabeça, os ouvidos e muitos pontos da face exibiam placas vermelhas, sobre as quais se formavam diminutas vesículas de sangue, ao passo que as demais regiões da epiderme surgiam gretadas, evidenciando uma afecção cutânea largamente cronificada.
Adelino trabalhava com afinco nas tarefas espirituais e não sonegava recursos financeiros quando requisitado pelos mais necessitados,
Espíritos diversos solicitavam  intervenções em favor de Adelino, quanto à sua enfermidade e suas dificuldades financeiras.
Seu esforço era contagiante e os amigos espirituais vinculados à Mansão davam uma especial atenção à todos os seus compromissos de ordem espiritual e material. André conta deste clima de solidariedade que predominava segundo as atitudes de Adelino.
Terminadas as tarefas da noite, acompanharam-no até o seu lar onde encontraram Leontina sua mãe  com quem vive . Encontram três crianças: uma menina loura de uns nove anos de idade e outros dois meninos de escura tez. Marisa filha de Correia, abandonada há seis anos pela mãe.
Os outros dois Mario e Raul, filhos adotivos, não menos queridos.
Com certa surpresa, Hilário e André descobrem ser Adelino casado, porém separado da esposa.
Silas, de modo a esclarecer o assunto, passa a descrever-lhes os fatos com maiores detalhes.
Filho de escrava, desencarnada no parto,  e rico fazendeiro, desde o seu nascimento, tornou-se uma exceção em meio a muitas atitudes violentas e equivocadas de seu pai Martim Garcia , que desde muito jovem abusava das jovens escravas, abandonando-as, ou pior, vendendo-as , com  seus filhos para que não viessem a incomodá-lo. Tratado de forma gentil e amável pelo pai, agregado de imediato à família foi legitimado como herdeiro e tornaram-se parceiros acima de tudo. Mais tarde, acaba se apaixonando pela jovem madrasta Maria Emília,  que não lhe nega correspondência, e tramam em meio a doença de Garcia , sua morte. Auxiliado por capatazes do próprio pai dos tempos de abuso na senzala,
dão-lhe medicação que o entorpece e em seguida ateiam fogo no leito, buscando simular acidente.
Desencarnado, se junta à entidades infernais e continua a perseguir implacavelmente o filho Martim . Desde então, Martim   passa a sofrer as consequências de remorso insuportável. Tenta "fugir" para a Europa mas nada o fazia esquecer o delito . Seu físico passa a sofrer as consequências do desequilíbrio psíquico a que é submetido e sua pele expõe uma chaga como se estivesse exposta ao fogo. Aliena-se e é tachado de louco pela própria esposa a pretexto de inocentar-se perante a sociedade. Desencarna e o pai revoltado, arrasta-o consigo,  perdurando esta situação de humilhações e tormentos  durante onze anos . Este drama só começa a ser resolvido com a intervenção dos amigos da Mansão  que o resgatam em lamentável estado, e  mais tarde providenciam sua reencarnação orientada , em cuja carne reflete as queimaduras a que submeteu seu pai.  As feridas que Adelino exibia eram o reflexo do conteúdo mental vinculado ao  remorso que se iniciou ainda antes do seu desencarne .
Marisa, hoje sua filha, a madrasta do passado sente o gosto amargo do abandono de sua mãe. Os filhos adotivos Raul e Mario, antes Antonio e Lucídio, os capatazes acumpliciados na trama, e que tanto humilharam os negros escravos da época, nascem como afro-descendentes, recolhidos agora em lar Cristão, tutelados agora  pelo amor nobre de Adelino.
Martim Gaspar, também teve a chance de ser socorrido na Mansão e após muito sofrimento e aprendizado, experimentará o entendimento com Adelino.
Na noite seguinte em rápida excursão, estavam de volta ao lar de Adelino.
Breve diálogo com auxiliares que explicam que um  recém nascido logo estaria com eles. Ao término das explicações Druso adentra à casa,  abraça Adelino,  desligado do corpo em desdobramento, e faz sentida prece.  (na coluna ao lado esquerdo)
Explica que em brevíssimo tempo terá a oportunidade do reencontro com o antigo pai. Adelino  acorda emocionado e em prantos. "Ouve" que pelo amor celeste , mais uma criança abandonada, lhe seria confiada.
Em seguida, após alguns  minutos o plano de trazer Martim Gaspar ao convívio de Adelino se concretizava. Pequeno recém-nascido é deixado à porta da casa de Adelino que o abraça com a certeza de ser ele o seu verdadeiro filho.