Uma forma descontraída e objetiva de tratar assuntos da Doutrina.

A cada assunto tratado, "ouvir" as opiniões através dos comentários dos colegas, mas principalmente, abrir espaço para
que pessoas que desconhecem ou têm um juízo errado do Espiritismo, possam ter estes primeiros contatos. Nossa intenção
não é ensinar, mas sim, dividir experiências e discutir, em alto nível os mais diversos assuntos.
Assim, ratificamos os nosso convite:

Vamos conversar sobre o Espiritismo ?

A, mais ou menos, cada 15 dias um novo capítulo. Participem!

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Estudando André Luiz em "Acão e Reacão" , capítulo 11- O templo e o parlatório


Após o ponto culminante do caso Antonio Olímpio, Hilário e André Luiz procuraram o Instrutor Druso em busca de aconselhamento para continuidade de seus estudos quanto à lei de causa e efeito. O Instrutor Druso lembrou-os de que na Mansão tiveram a oportunidade de constatar as inúmeras formas de colheita de sofrimento em todas as suas fases dolorosas e difíceis, como conseqüência direta de decisões e ações individuais.  A cada ação da criatura corresponde uma reação, seja remorso, padecimentos, amarguras, dores e outras tantas formas. Enfatizou, no entanto, que nem sempre as criaturas têm a coragem de aceitar o sofrimento que geraram para si como conseqüências das próprias ações e caem em desespero ou rebelam-se.
Druso entende ser muito importante continuarem Hilário e André Luiz suas lições e anotações quanto à lei de causa e efeito em mais amplos setores, dizendo:
  “ O nosso instituto mais se nos afigura uma estação de chegada em que a culpa se movimenta com lentidão.  A massa esmagadora dos que chegam deteriorados ou imperfeitos estaciona nos celeiros de sombra das regiões inferiores em que nos achamos, à espera de novo plantio nas leiras do mundo. É que cada criatura transpõe os umbrais do túmulo com as imagens que em si mesma plasmou, utilizando os recursos do sentimento, da idéia e da ação que a vida lhe empresta, irradiando as forças que acumulou no espaço e no tempo terrestres.”
 Druso lhes diz que há renovado material de consulta no templo e no parlatório, nos arredores da Mansão, locais freqüentados por desencarnados que buscam reconforto e por encarnados desdobrados do corpo físico durante o sono. Há atendentes especialmente dedicados a coletar-lhes reclamações e solicitações, registrando os problemas pertinentes. Druso sugere que se incorporem às equipes, colaborem com elas e façam apontamentos diversos. A pedido de Hilário, Silas conversa com Druso e recebe dele autorização e instrucões  para acompanhá-los.   No momento marcado, Silas levou-os ao Templo, que Hilário e André Luiz descrevem como vasto recinto iluminado, semelhante a uma grande capela do mundo físico.  O único símbolo religioso que identificaram foi uma cruz radiante de material argênteo sobre mesa simples encostada ao centro do fundo do ambiente. Nas paredes de brancura de neve, salientavam-se nichos vazios. Música suave e doce casava-se em perfeita harmonia com o ambiente, inclinando a todos à reverência e à meditação. Mais de duas centenas de entidades postavam-se em prece ante os nichos vazios.
André Luiz emociona-se e lembra-se da sua infância, da sua mãe e da pureza da reverência ao Supremo Senhor, nosso Deus e nosso Pai. A emoção fez com que não conseguisse conversar com Silas, havendo apenas lugar para seu pranto e oração, contemplando a luminosa cruz. Recordou-se de Jesus e da oração que Ele nos deixou: “ O Pai Nosso”...
Perguntado, Silas explicou que a cruz lembra a todos os presentes que o Espírito de Jesus Cristo está presente, não obstante a região umbralina em que se encontram. Os nichos vazios dão a oportunidade a que cada um faça suas preces de acordo com suas crenças religiosas: “até que a alma obtenha a Sabedoria Infinita é indispensável caminhe na longa estrada dos símbolos de alfabetização e cultura que a dirigem na senda de elevação intelectual, e, até que atinja o Infinito Amor, é necessário palmilhe as longas rotas da caridade e da fé religiosa, nos múltiplos departamentos da compreensão que lhe assegura o acesso à Vida Superior. Os Poderes Divinos, que nos regem, determinam que toda classe de fé sincera e respeitável aqui encontre amorosa veneração.” Os presentes oravam em pé, confortavelmente sentados ou de joelhos – da maneira que lhes parecesse a melhor.
Aproximaram-se de senhora que orava ajoelhada e buscaram assimilar-lhe a faixa mental e assim percebendo as imagens mentais criadas em seu processo pessoal de oração. A imagem mental que criava parecia brotar da parede branca e era a reprodução da escultura de Teixeira Lopes da Mãe Santíssima chorando o filho morto (Pietá). Rogava com profundo sentimento pelos filhos que vagavam nas sombras. Profundamente apegados à matéria, não vacilaram em apelar para o crime, muito embora tivessem permanecido impunes pela justiça dos encarnados. Silas explica que “É uma criação dela mesma, reflexo dos próprios pensamentos com que tece a rogativa, pensamentos esses que se ajustam à matéria sensível do nicho, plasmando a imagem colorida e vibrante que lhe corresponde aos desejos. Isso, contudo, não significa que a prece esteja sendo respondida por ela mesma. Petições semelhantes a esta elevam-se a planos superiores e aí são acolhidas pelos emissários da Virgem de Nazaret, a fim de serem examinadas e atendidas, conforme o critério da verdadeira sabedoria.”  
Comentou que se encontravam ali naquele Templo devotos dos grandes heróis do Cristianismo. Mostrou outra senhora em oração, pedindo a proteção de Teresinha de Lisieux (Santa Teresa do Menino Jesus, na Igreja Católica, desencarnada no Carmelo de Lisieux, França, em 30 de setembro de 1897). Explicou que a prece chegava ao coração da freira, pois “Depois da morte do corpo, as criaturas efetivamente santificadas encontram as mais altas quotas de serviço, na expansão da luz ou da caridade, do conhecimento ou da virtude, de que se fizeram a fonte viva de inspiração, quando no aprendizado humano. O céu beatífico e estanque existe apenas na mente ociosa daqueles que pretendem progresso sem trabalho e paz sem esforço. Tudo é criação, beleza, aprimoramento, alegria e luz incessantes na obra de Deus, a expressar-se, divina e infinita, através daqueles que se elevam para o Infinito Amor.”
Hilário pergunta o que aconteceria no caso de prece dirigida a alma julgada santa pelos homens, mas sem sê-lo no plano espiritual. Silas explica que as orações alcançarão nesse caso o grupo de companheiros a que deveria pertencer e que amorosamente substituem essa alma na prática do bem. A uma pergunta de Hilário, Silas esclareceu que não quer isso indicar que o espírito das congregações religiosas ainda prevaleça no plano espiritual: “Quanto mais se eleva aos cimos da vida, mais se despe a alma das convenções humanas, aprendendo que a Providência é luz e amor para todas as criaturas. Entretanto, até que a alma se identifique com os fatores sublimes da consciência cósmica, os círculos de estudo e fé, aperfeiçoamento e solidariedade, pelo bem que realizam, estejam onde estiverem, merecem o maior acatamento das Inteligências Superiores que atendem à execução dos Planos Divinos.”
Continuando as observações, Silas levou Hilário e André Luiz até uma senhora que orava mentalizando o Dr. Bezerra de Menezes, pedindo pelo esposo, que atravessava fase muito difícil e poderia até enveredar pelo caminho do suicídio. Sua imagem estava projetada em primorosa fotografia mental pela senhora que orava. Silas lembrou o trabalho do Dr. Bezerra depois de desencarnado, tendo formado extensa equipe, que lhe segue as diretrizes no trabalho de auxílio em nome de Jesus. Assim, Bezerra de Menezes tem condição de atender aos inúmeros pedidos de socorro por meio de entidades que o representam com extrema fidelidade. Terminando a conversação, foram conduzidos por Silas ao parlatório, deixando o ambiente de luz e paz e chegando à porta de acesso ao pátio exterior do Templo. Vozerio, grupos enormes conversando, chorando, gritando... um absoluto contraste com o interior do Templo. Silas explicou que essa era a fronteira vibratória da Mansão e que ali compareciam almas sinceras e sofredoras, mas em profundo desespero, a inibir-lhes as vantagens da oração pacífica. E Silas esclarece “Neste grande recinto, dedicado à palavra livre, encontramos realmente a nossa divisa vibratória... Além dele, é a dor inconformada e terrível, gerando monstruosidade e desequilíbrio a exprimirem o inferno da interpretação religioso comum; no entanto, muros a dentro de nossa casa, é a dor paciente e compreensiva, criando renovação e reajuste para o caminho dos Céus...”
Hilário e André Luiz calaram-se diante dos fortes sentimentos que os dominavam e também por perceberem que Silas fazia uma oração.

Para este resumo contamos com a colaboracão da companheira
Irene Dias S. Cavezzalle